15 Maio
CLUB DE VILA REAL
Av. Carvalho Araújo 53
ENTRADA LIVRE
18H
CABRA MARCADO PARA MORRER de Eduardo Coutinho
Brasil, documentário, 1984, 120’
Início da década de 60. Um líder camponês, João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem dos latifundiários do Nordeste. As filmagens de sua vida, interpretada pelos próprios camponeses, foram interrompidas pelo golpe militar de 1964. Dezassete anos depois, o realizador retoma o projeto e procura a viúva Elizabeth Teixeira e seus dez filhos, espalhados pela onda de repressão que seguiu ao episódio do assassinato. O tema principal do filme passa a ser a trajetória de cada um dos personagens que, por meio de lembranças e imagens do passado, evocam o drama de uma família de camponeses durante os longos anos do regime militar.
21H30
O SILÊNCIO DOS OUTROS de Almudena Carracedo e Robert Bahar
Espanha/Canadá/França/EUA, 2018, documentário, 96’
Em 1977 o parlamento espanhol aprovou uma Lei de Amnistia que garantia a liberdade de todos os presos políticos e a proibição do julgamento de qualquer ato criminoso ocorrido durante a ditadura de Francisco Franco no país. O Franquismo assombrou a Espanha durante 38 anos deixando um imenso número de vítimas e parentes sem respostas. Vencedor do Prémio Goya 2019 de melhor longa metragem documental, este filme que mostra a luta épica das vítimas dos 40 anos da ditadura de Franco em Espanha e que continuam hoje a procurar justiça. Ao longo de seis anos, Almudena Carracedo e Robert Bahar filmaram várias vítimas e sobreviventes – como José “Chato” Galante, que hoje em dia vive muito próximo de seu torturador -, enquanto organizam o chamado “Processo Argentino” e enfrentam uma amnésia imposta pelo Estado perante crimes contra a Humanidade num país. Após quatro décadas de democracia, este documentário vai além do retrato de um passado recente: pretende questionar o futuro de um país amordaçado por uma parte das instituições e classe política herdeiras diretas do regime franquista, silenciado por um sistema conivente com uma minoria e sequestrado por um silencio inexplicavelmente imposto como arma de pacificação massiva.