O Desobedoc regressa ao Cinema Batalha
Um cinema cujo estado de inactividade dói na alma de todos os portuenses que amam a sua cidade. O Batalha é uma das obras primas da arquitectura moderna dos anos 40, um monumento à genialidade dos artistas portugueses, em que diversos artistas plásticos colaboraram com o arquitecto, deixando uma marca perene de qualidade naquela que haveria de ser a sede do melhor cinema que se via então na cidade, com destaque para as sessões do Cineclube que, na altura da fundação, aí começou a oferecer ao público do Porto um outro cinema.
É também um monumento à estupidez do regime fascista, que considerou o Batalha uma obra perigosamente revolucionária e comunista, que o amputou definitivamente dos painéis de Júlio Pomar que decoravam os espaços interiores por os considerar miserabilistas e subversivos, que mandou arrancar a foice à ceifeira e o martelo ao operário do alto relevo de Américo Braga que decora a fachada, que mandou até arrancar uns belos puxadores metálicos das portas principais, porque ostentavam as perigosas letras C e B, seguramente as iniciais de Comité Bolchevista.
No dia 28 de Abril vamos ao Batalha e temos mil e uma razões para o fazer.