29 Abril, 18h, Sala Batalha, com Pedro Neves Marques
Sessão Curtas e Debate
Inhabitants é um canal de vídeo online, iniciado em 2015, que exibe reportagens documentais em formatos experimentais. Gerido pelos artistas Mariana Silva e Pedro Neves Marques, o canal produz e distribui os seus próprios vídeos de curta duração. Inhabitants colaborou já com a Haus der Kulturen Der Welt e o Max Planck Institute for the History of Science em Berlim e o Museu Coleção Berardo em Lisboa, e encontra-se de momento a colaborar com a Contour8 Biennale of Moving Image na Bélgica. Aberto às práticas de outros artistas e ativistas, produziu e publicou também o vídeo Compost Archive por Filipa César e Louis Henderson.
30 Abril, 18h30, Sala Bébé, com Jorge Campos e Tatiana Moutinho
Reino Unido, 1966, 75′, ficção
Ken Loach
Este filme foi um marco na história da televisão inglesa. A sua emissão em 16 de novembro de 1966, teve uma audiência de cerca de 12 milhões de espectadores, um quarto da população do Reino Unido. Provocador de uma discussão política pública que obrigou a mudanças de paradigma nos registos televisivos.
O filme conta a história de um casal que vive tranquilo até que uma situação de desemprego muda tudo. A família depara-se com um novo cenário de pobreza, dívidas, necessidade de encontrar espaço para viver e uma incansável luta para manter a família unida.
29 Abril, 19h, Sala Batalha, com Renato Soeiro
Áustria/Itália, 2012, 80 minutos, documentário
Andreas Pichler
A história da cidade mais bonita do mundo que se torna numa cidade fantasma quando cai a noite. Um Requiem para uma – ainda – grande cidade. Uma ilustração de como a propriedade comum se torna prémio de poucos. Uma Elegia aos últimos venezianos.
29 Abril, 21h30, Sala Batalha, com Catarina Martins
Espanha, 2016, 93 minutos, documentário
Eduard Cortés
A realidade ultrapassa a ficção. Esta frase batida parece perfeita para os anos fortes da crise em Espanha. Milhares de famílias foram despejadas das suas casas, o número de desempregados bate recordes e uma onda de desespero invade Espanha.
Sobre esta realidade dura existem muitos documentários. Este filme é uma ficção, é um musical que quebra barreiras, verdadeiramente desobediente, sobre um ambiente negro em que custa a acreditar. Podia ser um melodrama, mas não é. Silvia Pérez Cruz, a protagonista, canta em direto as músicas que compôs e pelas quais recebeu o Prémio Goya.
Um filme imprevisível que ficará na história como retrato de uma época e um grito da luta de muitas famílias. Neste caso, o grito é a música, e Silvia Pérez Cruz não falha, glorifica.
29 Abril, 22h, Sala Bébé, com a realizadora Leonor Figueiredo
Portugal, 2017, 40 minutos, documentário
A beleza do particular, pequeno, velho, lento. A pedra e a juventude regadas de sujidade de suor num lugar que se vai tentando higienizar. Recoleção e armazenamento de lixo, a câmara nas mãos, imagens que não querem ser mais do que a cidade e a vida como elas são.
29 Abril, 23h, Sala Bébé, com Aitor Varea Oro
Sessão de Curtas, 103 minutos
A PROPOS DE NICE de Jean Vigo
França, 1930, 25’, documentário
Nice, 1930. O olhar de Jean Vigo, neste seu primeiro filme, leva-nos a uma visita a uma cidade tranquila, com hotéis e casinos opulentos, promenades e banhos. Tudo começa como se fosse um postal, um vídeo turístico.
Felizmente, Jean Vigo é um realizador satírico e convida-nos a ver o que está por detrás desta realidade, com uma montagem dinâmica e justaposições.
Vigo descreveu o filme numa comunicação no Groupement des Spectateurs d’Avant-Garde: “Neste filme, mostrando certos aspetos básicos de uma cidade, um modo de vida é julgado… os últimos suspiros de uma sociedade tão perdida na sua fuga à realidade que nos incomoda e nos faz simpatizar com uma solução revolucionária “.
A CASA OU A MÁQUINA DE HABITAR de Catarina Romano
Portugal, 2016, 13’, Animação
Falam pessoas em conversas e situações banais, uma fala solta, descomprometida, embora às vezes tensa e tímida. São estas vozes que contam histórias mínimas que a imagem desnovela, desmultiplica ou faz respirar: ensaiam-se universos que são pessoas-casa (ou casas-pessoa), ancorados em caixas, corpos, segredos, desejos, olhares ou na efemeridade das matérias. Neste fluxo, acedemos a territórios instáveis, a lugares do ser em permanente construção – a casa interna de cada um.
FRENTE E TRASEIRAS de Regina Guimarães
Portugal, 2002, 14’, documentário
Pela frente, a rua e seus anjos da guarda. Nas traseiras, as quase longínquas aldeias de Las Hurdes que Buñuel filmou nos anos 30. Frente a casa, a luta laboral de um conjunto de operárias maltratadas por um patrão sem escrúpulos. Nas traseiras, um cheiro acre a incêndio. Frente a casa, o lampião que a “renovação urbana “ não tardaria a roubarnos.
CASINHA/KUBICO de Paulo Moreira
Portugal, 2011, 17’, documentário
Uma casa é uma topografia habitada por seres humanos, construída de coisas, costumes e hábitos. As casas são frequentemente ligadas à rua por um programa de caráter coletivo, criando vizinhanças. Um conjunto de vizinhanças formam um bairro, e vários bairros formam a cidade.
EU FICO de Jorge Sequera e Michael Janoschka
Reino Unido/Brasil, 2014, 12’, documentário
Filmado em 2014, antes dos Jogos Olímpicos no Brasil em 2016, este filme retrata a luta e as tensões da comunidade da Vila Autódromo, no Rio de Janeiro, perante o processo de expulsão em marcha. O governo pretendia criar neste território o parque olímpico e uma zona exclusiva, portanto que excluísse parte da população.
RIGHT TO WYNWOOD de Camila Alvarez e Natalie Edgar
EUA, 2013, 22’, documentário
Um trabalho de investigação que explora as causas e efeitos do processo de gentrificação em Wynwood, território habitado pela comunidade de Porto Rico em Miami. A transformação do mais velho bairro desta comunidade no maior distrito artístico da região, visto pelos seus intervientes: os moradores, os artistas, os galeristas e os lideres locais.
29 Abril, 23h30, Sala Batalha, com Daniela Alves Ribeiro
EUA, 2016, 82 minutos, documentário
Theo Anthony
“Nunca houve um problema de ratos em Baltimore” – diz Harold Edmond, um exterminador veterano – “é sempre um problema de pessoas”.
“Rat Film”, a primeira longa-metragem de Theo Anthony, contém considerações existenciais (“um rato cego sonha?”) mas também pesquisa solidamente documentada sobre a política demográfica de Baltimore, revelando a vergonhosa história de segregação económica e racial da cidade. É uma notável combinação de análise e inovação criativa que une o passado e o presente, num belo e absurdo poema sobre as lutas que se impõem aos menos afortunados.