Desobedoquinho – curtas

1 Maio, 11h, Sala Bébé, com Amarante Abramovici
Sessão de Curtas, 55 minutos

MY CHOICE , de Luísa Sequeira e Sama
Portugal, 2016, 1’, ficção
Uma criança de 10 anos de idade brinca livremente sem se preocupar com questões de gênero.

EVERY CHILD , de Eugene Fedorenko
Canada, 1979, 7’, animação
Um bébé abandonado vai sendo deixado em várias portas. De porta em porta o bébé é sempre rejeitado, até um dia…

O OURIÇO-CACHEIRO E O NEVOEIRO , de Yuri Norstein
Rússia, 1975, 11’, animação
Um pequeno ouriço-cacheiro põe-se a caminho para ir visitar o seu amigo urso, no entanto um nevoeiro denso complica a viagem, onde até as folhas que caem das arvores parecem assustadoras.

O EMPREGO,  de Santiago Bou Grasso
Argentina, 2008, 7’, animação
Um homem prepara-se para ir trabalhar num mundo bizarro, onde o significado da força de trabalho humano é levado a outro nível.

A CORUJA QUE SE CASOU COM O GANSO: UMA LENDA ESQUIMÓ , de Caroline Leaf
Canadá, 1974, 8’, animação
Uma coruja casou-se com um ganso. Têm descendência, mas os seus hábitos de vida diferentes às vezes não são compatíveis.

SWAMP (Pântano) , de Gil Alkabetz
Israel, 1992, 11’, animação
Uma batalha entre dois exércitos montados a cavalo, a lutar pelo território, mas com alguns problemas de peso. Um filme sobre a estupidez da guerra.

RUBICON,  de Gil Alkabetz
Alemanha, 1997, 7’, animação
Como transportar um lobo, uma ovelha e um repolho, através de um rio, um a um, sem que nenhum coma o outro. As soluções teóricas não funcionam na realidade…

 

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O MEU BAIRRO A MINHA CIDADE, de Ana Garcia e Inês Santos Moura

1 Maio, 12h, Sala Bébé, com as realizadoras Ana Garcia e Inês Santos Moura
Portugal, 2016, 14 minutos, documentário

Ana Garcia e Inês Santos Moura

Com a presença das realizadoras

À luz da educação para a liberdade, para a criatividade e para o exercício da participação cidadã, foi desenvolvido um projeto de investigação-ação participativa com um grupo de crianças do Bairro de São Tomé, no Porto, na perspetiva de lhes dar protagonismo, voz e visibilidade social. O grupo apropriou-se de recursos audiovisuais para se expressar coletivamente e para retratar a realidade social do Bairro onde vivem. A concretização de uma Manifestação pública das crianças teve como objetivo conscientizar a comunidade para a importância da cidadania na infância, do direito de participação das crianças nas decisões que as envolvem e na apresentação de propostas de melhoria do meio onde vivem – o seu Bairro, a sua Cidade.

SESSÃO CURTAS -Trabalho

1 Maio, 17h30, Sala Bébé, com Adriana Melo, Adriano Campos e Maria Manuel Rola
Sessão de Curtas, 85 minutos

VESTÍGIOS,  de Adriana Melo

Portugal, 2015, 30’, documentário experimental

Desenvolvido a partir de fotografias de arquivo guardadas pelos locais de Arouca, Vestígios pretende dar a conhecer este concelho, num contexto atemporal, ao mesmo tempo que é salientada a importância da fotografia como documento. Não existe muita documentação visual sobre Arouca, sendo a memória mantida apenas através da tradição e da oralidade. As imagens antigas, quase esquecidas, são trazidas de novo à vida, revalorizadas num novo contexto. A memória oral e a tradição são também integradas no projeto através do som, que contribui para uma nova visão das imagens. Ao refotografar imagens de arquivo amadoras guardadas pelos locais elogia-se o facto da memória ser mantida viva através da tradição.
Como contraponto, surge o vazio, o esquecimento, a consequência da falta de preservação de um passado quase esquecido. As ruínas das antigas minas de volfrâmio surgem como um aviso para o futuro, relembrando como o passado pode ser esquecido.

PESSOA COISA CIDADE TORRE , de Paula Sacchetta, Pedro Nogueira e Peu Robles

Brasil, 2015, 21’, documentário

Durante os fins de semana, em São Paulo, trabalhadores e trabalhadoras deslocam-se de suas casas, seja nas periferias, albergues ou ocupações onde vivem e desembarcam nas áreas ricas da cidade. Uma vez no novo local, são transformados em placas e setas que apontam para os novíssimos empreendimentos imobiliários da cidade. O que esses plaqueiros nos revelam sobre o país e a cidade que temos? Quem são, de onde vêm, quanto ganham, como trabalham? O que anunciam com seus corpos de estandarte? Para quem? O que isso nos diz sobre a cidade tornada torre?

Pessoa-coisa, cidade-torre from João e Maria.doc on Vimeo.

SWALLOWS,  de Sofia Bost

Portugal/Reino Unido, 2015, 15’, ficção

Sara trabalha num restaurante em Londres mas não desiste de procurar emprego como designer gráfica. Hoje, depois de mais uma rejeição, a realidade do que a sua vida se tornou é clara. O conflito entre o que ficou em Portugal e a possibilidade de um futuro melhor é maior do que nunca.

Swallows [Trailer] from Portugal Film on Vimeo.

ON IRA À NEUILLY INCHA’ALLAH , de Anna Salzberg e Mehdi Ahoudig

França, 2015, 19’, documentário

Ouvimos a primeira greve dos jovens trabalhadores da Velib, a companhia parisiense de aluguer de bicicletas. Ouvimos como eles aprendem e organizam uma manifestação, com a linguagem da classe operária. Vemos Paris a preto e branco, ao amanhecer com poucas pessoas na rua, um travelling infinito desde os subúrbios até aos escritórios da Velib, em Neuilly.

THE QUEST OF THE LONELY DORYMEN , de Mariana Mendes Delgado + MERCI PATRON, de François Ruffin [estreias]

1 Maio , 18h30, Sala Batalha, com Mariana Mendes Delgado e José Soeiro

THE QUEST OF THE LONELY DORYMEN , de Mariana Mendes Delgado

Portugal, 2016, 10’, experimental

Mariana Mendes Delgado

No vídeo  The Quest of the Lonely Dorymen  evoca-se a alegoria dos solitários pescadores-marinheiros dos dóris. As viagens da Frota Branca à Terra Nova, Labrador e Gronelândia no Canadá entrecruzaram-se com Portugal, na ria de Aveiro e na sua comunidade piscatória. O ambiente cinemático tem, por isso, como fonte principal a água e o sal.

Através de um arquivo de família e de testemunhos anónimos procura-se trazer à visibilidade um discurso imagético, particular, do período do Estado Novo – a Campanha do Bacalhau – que tem sido silenciado ao longo do nosso passado recente.

No filme desenha-se um percurso de errância: respigam-se fragmentos da paisagem da cidade e exploram-se as fragilidades dessa deambulação entre as ruínas do maritimismo português, a decadência industrial, e a pós-memória coletiva do litoral na atualidade.

MERCI PATRON, de François Ruffin

França, 2016, 84 minutos, documentário

François Ruffin

Para a família Klurs nada corre bem: a fábrica que fazia fatos para a Kenzo foi transferida para outro país. Agora desempregados e com dívidas, o casal está prestes a perder a sua casa.

Um dia François Ruffin bate à porta dos Klurs. Será que conseguem lutar contra Bernard Arnault, CEO do maior grupo de empresas de luxo do mundo e o homem mais rico de França?

The Flickering Flame, de Ken Loach

1 Maio,  19h30, Sala Bébé, com Jorge Campos, António Mariano e Estivadores do Porto de Leixões
Reino Unido, 1996,  52′, documentário

Ken Loach

Em 1995, em Liverpool, cerca de 500 estivadores foram despedidos por se recusaram a quebrar a greve por melhores condições de trabalho. A dignidade destes estivadores e das suas mulheres, que resistiram negando-se a ir contra as suas convicções, é um retrato de toda a classe trabalhadora em Inglaterra num momento em que o governo de direita quis retirar direitos conquistados no passado. A câmara eficaz de Ken Loach neste filme, que é um exemplo poderoso de um documentário militante, expõe vários pontos de vista dos diferentes intervenientes nesta luta, incluindo a traição dos dirigentes sindicais aos trabalhadores.

 

Prólogo (visões da Europa) + Roma Cidade Aberta [encerramento]

1 Maio, 21h30, Sala Batalha, com Mário Moutinho e Bárbara Veiga

PRÓLOGO (Visões da Europa), de Béla Tarr

Hungria, 2004, 6’, ficção

Este pequeno filme surgiu de um convite ao realizador húngaro para realizar uma curta sobre a sua visão do seu país em relação à Europa. Béla Tarr faz um retrato da população da Hungria que sofre desde o pós-guerra até aos dias actuais.

 

ROMA, CIDADE ABERTA,  de Roberto Rossellini

Itália, 1945, 103’, ficção

Roma foi declarada “cidade aberta” pelo exército nazi ocupante entre 1943-44 para evitar bombardeamentos aéreos. Em junho de 1944, os aliados – em concreto uma força dos EUA – ocuparam a cidade. Pouco mais de um ano depois, com a cidade ainda em escombros e escassos meses após a rendição da Alemanha que formalmente terminou a II Guerra Mundial na Europa, a 25 de setembro de 1945, estreia “Roma città aperta”, marco fundador do neorrealismo no cinema italiano.

O cenário é a própria cidade, parcialmente destruída. A miséria é exposta e não escondida. O guião, que contou com a participação de Federico Fellini, baseia-se em acontecimentos reais, da resistência italiana à ocupação nazi. Muitos dos intérpretes são cidadãos não-atores, não somente pelo baixo orçamento do filme, mas principalmente cumprindo a essência da nova estética neorrealista. Um contraponto ao cinema celebratório fascista, uma perfeita oposição ao glamour e excesso, à fuga à realidade, da produção cinematográfica contemporânea nos Estados Unidos.

E há a interpretação magistral da magnética e icónica atriz Anna Magnani, cuja personagem é inspirada na real Teresa Gullace, que fixou para a história do cinema a famosa cena da mulher assassinada quando corre para o seu noivo, capturado pelos Nazis.

Otto Preminger disse: «A história do cinema divide-se em duas eras: uma antes e outra depois de Roma città aperta».