Sessão de curtas II

ENVC, Max Fernandes

Dia 26, 1h, Sala Salgueiro Maia
57 minutos na totalidade

ENVC
de Max Fernandes
Portugal, 2014,
23 minutos

O dia 21 de Fevereiro de 2014 foi o último dia do prazo dado para os trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo rescindirem os seus contratos com a empresa.

Todos os rios vão dar ao Carmo

TODOS OS RIOS VÃO DAR AO CARMO
Catarina Leal, Cátia Salgueiro, Daniela Rodrigues, Francisco Pedro, João Baía, Leonor Areal, Melissa Rodrigues, Rodrigo Lacerda, Sandra Oliveira
Portugal, 2014,
14 minutos

Este vídeo é uma das muitas propostas que responderam a uma convocatória para tomar as ruas até ao Carmo, lançada nas vésperas de mais um aniversário da revolução de Abril. Apelava à auto-gestão e à resistência, reclamava o espaço público, contrapunha memórias contra-hegemónicas às memórias fortes que têm sido produzidas sobre o curto e denso período que se seguiu ao 25 de Abril de 1974, fazendo fintas às celebrações oficiais e controladas que já se antecipavam para os quarenta anos.

Um dia no dois de março, Joana Campos e Hugo Evangelista

UM DIA NO 2 DE MARÇO
de Joana Campos e Hugo Evangelista
Portugal, 2014,
20 minutos

Em 2013, em Portugal mais de metade da população activa está precária ou é desempregada e a situação do país progride a passos largos na direcção do desastre humanitário vivido na Grécia. Em Setembro de 2012, a população manifestou-se massivamente contra as políticas do governo, depois de uma convocatória lançada na internet por um colectivo de activistas, “Que se lixe a troika!”. A 2 de Março de 2013, o mesmo colectivo convoca outra manifestação. Este filme acompanha a sua preparação, a própria manifestação e os momentos seguintes, vividos por um grupo de activistas dos Precários Inflexíveis.

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GERAÇÃO FELIZ de Leonor Areal, Portugal, 1999

Geração Feliz, Leonor Areal

Dia 26, 1h, Sala Zeca Afonso
60 minutos
Leonor Areal

Entre 1985 e 1995, o grupo de teatro inesperado “Os Felizes da Fé” marcou o panorama artístico do fim do século XX, ao criar o movimento Hiperdada, cujos pólos de acção foram Lisboa e San Francisco CA.
Com os seus happenings de rua, os Felizes desafiaram todas as formas de autoridade – civil, política ou moral. Não é assim de admirar que tenham chegado a ser presos… acusados, é claro, de perturbar a ordem pública. No entanto, no auge da sua carreira, a actividade do grupo cessou inexplicavelmente, tal como os Beatles, quinze anos antes.
Procurando descobrir os motivos desta crise, «o documentário mais divertido dos anos 90» entrevista os membros do culto e relata a história do grupo, através de uma antologia inédita de documentos fílmicos.

O FUNDO DO AR É VERMELHO Partes I e II de Chris Marker, França, 1977

O Fundo do Ar é Vermelho, Chris Marker

Dia 26, 16h30, Sala Salgueiro Maia
Parte I 90 minutos
Parte II 90 minutos
Chris Marker

As esperanças e as decepções suscitadas pelos movimentos revolucionários de 1968 no mundo inteiro. Do regime chinês ao cubano, passando pela Primavera de Praga, até os movimentos estudantis e operários franceses. Chris Marker ressalta que não se pode simplificar o que nada tem de simples: as manifestações populares, os movimentos da política, os rumos incertos da História e da sociedade.

Sessão Curtas III

Deux Lustres, Regina Guimarães

Dia 26, 17h, Sala Zeca Afonso

FINS DO MUNDO
Regina Guimarães
2001, 5 minutos

Embora as aldeias porventura encerrem em si a maioria das colecções de fins de mundo, também nas cidades se assiste, quotidianamente, ao violento cair do pano sobre lugares vividos. Assim no Theatro-Circo em Braga.

FRENTE E TRASEIRAS
Regina Guimarães
2002, 14 minutos

Pela frente, a rua e seus anjos da guarda. Nas traseiras, as quase longínquas aldeias de Las Hurdes que Buñuel filmou nos anos 30. Frente a casa, a luta laboral de um conjunto de operárias maltratadas por um patrão sem escrúpulos. Nas traseiras, um cheiro acre a incêndio. Frente a casa, o lampião que a «renovação urbana» não tardaria a roubar-nos.

DEUX LUSTRES
Regina Guimarães
2014, 20 minutos

Entre a pintura de um cenário de cidade, na sala do Theatro Circo de Braga em obras, e um jogo surrealista de adivinhação onde se convoca a figura de Sócrates através da descrição de uma singular polis, entre o velho Paris, caro a Baudelaire, e a urbe reorganizada para obstruir insurreições, dois lustres e pouco mais…

O MEU OUTRO PAÍS de Solveig Nordlund, Suécia/Portugal, 2013,

O meu outro país, Solveig Nordlund

Dia 26, 18h, Sala Zeca Afonso
54 minutos
Solveig Nordlund

“Um relato pessoal da minha vida em Portugal, através de filmes que realizei e filmes em que colaborei.
Quando acabei o liceu na Suécia fui para Paris, onde conheci um grupo de estudantes portugueses num café. Estudavam cinema. Mal sabia que havia um país chamado Portugal, mas aproveitei a boleia dos portugueses e troquei os meus planeados estudos de arte por cinema. Isto foi no fim dos anos sessenta. Acabei por casar com um dos deles e quando fiquei grávida mudámo-nos para Portugal, no meio da Guerra Colonial. Mas nós não pensámos nisso, o meu marido estava isento de serviço militar devido a uma doenca de coração.
Nós só pensámos em fazer cinema.” Solveig Nordlund

O MEDO À ESPREITA De Marta Pessoa, Portugal, 2015

O Medo à Espreita, Marta Pessoa

Dia 26, 19h30, Sala Zeca Afonso Estreia no Porto
86 minutos
Marta Pessoa

Em Portugal, ao longo de quase meio século, a PIDE/DGS foi a máquina atemorizadora que alimentou o poder do Estado Novo de Salazar/Caetano. A par dos quadros de inspectores e agentes efectivos, a polícia política recorria aos serviços dos “informadores”. Cidadão comum tornado delator, que se diluía com o intuito de vigiar para denunciar, o informador tornou-se numa figura omnipresente. Entre denúncias e denunciados, O MEDO À ESPREITA constrói uma memória do medo e de um país onde viver era viver vigiado.

ZERO EM COMPORTAMENTO de Jean Vigo, França, 1933

Zero em Comportamento, Jean Vigo

Dia 26, 22h, Sala Zeca Afonso
41 minutos
Jean Vigo

Filme maldito e proibido pela Censura entre 1932 e 1946 e que marcou a carreira de Jean Vigo.Vigo explicava que, embora «Zero em Comportamento» não pretendesse ser um retrato da sua infância na fase escolar, o filme continha inúmeros elementos visuais e humanos inspirados na experiência vivida. Um filme que retrata a sociedade da época e o abuso da autoridade e a privação da liberdade que então se praticavam.

SPECULATION NATION de Bill Brown e Sabine Gruffat, EUA/Espanha, 2014

SPECULATION NATION, Bill Brown e Sabine Gruffat

Dia 25, 19h, Sala Zeca Afonso
75 minutos
Bill Brown e Sabine Gruffat
Estreia Nacional

A crise financeira rebentou em Espanha em 2007. Cerca de um quarto da população perdeu o emprego, centenas de milhares de pessoas perderam as suas casas. A Constituição elaborada após a morte de Franco, que garante o direito à habitação foi abalada por uma combinação de especuladores imobiliarios gananciosos, bancos predadores, dirigentes públicos corruptos e a catastrofe financeira global.
Bill Brown e Sabine Gruffat viajaram através de espanha para documentar as consequencias da crise da habitação. Encontraram cidadãos espanhois inspirados pelas ideias dos movimentos 15M e Occupy Wall Street, que se mobilizam, organizam e lutam pelo direito a um lugar digno para viver.

Sessão Curtas I

A caca revolucões, Margarida Rêgo

Dia 25, 19h30, Sala Salgueiro Maia
56 minutos na totalidade

A CAÇA REVOLUÇÕES
de Margarida Rêgo
Portugal, 2014,
11 minutos

Tudo começou com uma fotografia tirada em 1974, pouco depois da Revolução Portuguesa sair às ruas. Ela tenta entrar nessa fotografia à procura de um país, como quem quer entrar dentro de um tempo em que não viveu e perceber o que significa fazer parte de uma revolução ou o que significa lutar por um país. “A Caça Revoluções” é um encontro entre dois países, entre duas lutas e entre duas pessoas que procuram a transformação de um país. “A Caça Revoluções” tenta entrar, transformar e redesenhar sobre um passado, como se dele pudesse tirar vida..

Metáfora ou a Tristeza Virada Do Avesso, Catarina Vasconcelos

METÁFORA OU A TRISTEZA VIRADA DO AVESSO
De Catarina Vasconcelos
Portugal, 2014,
32 minutos

Quando fazem 9 anos da morte da mãe, Nuno escreve à irmã que vive em Londres. Esta correspondência leva-os numa viagem até ao passado, onde tentam perceber o tempo em que a mãe viveu, e como Portugal era nos anos 70, quando existiu uma revolução. Chamaram-lhe Revolução dos Cravos e foi em 1974, quando a mãe ainda era nova e “O povo unido jamais será vencido” ecoava nas ruas e a reforma agrária explodia por todo o país.
É da junção entre uma história autobiográfica e a História recente de Portugal, que surge o filme Metáfora ou a tristeza virada do avesso, que é uma luta contra o esquecimento.

Facies Hippocratica ou Máscara da Morte, Mariana Mendes Delgado

FACIES HIPPOCRATICA OU MÁSCARA DA MORTE
de Mariana Mendes Delgado
Portugal, 2014,
13 minutos

Neste ensaio-vídeo expatriam-se conceções de democracia, liberdade ou vigilância num torcer convulsivo do nosso tão estimado imaginário coletivo, onde os valores emigram das suas próprias formas e caem no fosso vazio que é, apesar de tudo, significado de incomunicabilidade. Citando, por fim, Walter Benjamin “Allegories are, in the realm of thoughts, what ruins are in the realm of things”.