DELPHINE SEYRIG

Nascida em 1932 em Beirute, Delphine Seyrig passou a infância entre o Médio Oriente e os Estados Unidos. Em 1952 ela começou uma carreira como atriz em França, de seguida, voou para Nova York para completar sua formação no Ator Studio. Depois de uma primeira longa-metragem “Pull my Daisy” em 1959, Delphine Seyrig filma sucessivamente com Alain Resnais, François Truffaut, Luis Bunuel, Jacques Demy, Chantal Akerman nos anos 1960-1970. Paralelamente à sua carreira enquanto atriz, Delphine Seyrig juntou-se aos movimentos feministas que se formaram após o maio de 68 e fez campanha pelo direito ao aborto. Em 1971, foi uma das signatárias do manifesto das 343. Ao mesmo tempo, descobriu o vídeo com Carole Roussopoulos, com quem dirigiu, entre outros, “S.C.U.M Manifesto”, em 1976, baseado no panfleto de Valérie Solanas. No mesmo ano, filmou “Sois belle et tais-toi!”, um mergulho no coração do sexismo que reina na indústria cinematográfica.

Com as suas cúmplices Ioana Wieder e Carole Roussopoulos, criou em 1982 o Centro Audiovisual Simone de Beauvoir, do qual se tornou presidente, até à sua morte, em 1990.

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Angola – Nos Trilhos da Independência

O Projecto Angola – Nos Trilhos da Independência, promovido e dirigido pela Associação Tchiweka de Documentação, e com a produção audiovisual da Geração 80, nasceu da necessidade de preservar a História (e as histórias) dos que participaram na luta de libertação de Angola. Foi considerada uma tarefa urgente, pois a cada dia que passa perde-se mais uma voz dos protagonistas. O momento era oportuno, no país finalmente sem guerra e com o distanciamento histórico e a serenidade que este tipo de depoimentos requer. Iniciado em 2010, durante seis anos o Projecto Angola – Nos Trilhos da Independência produziu cerca de 1.000 horas de entrevistas a cerca de 600 participantes da luta pela independência e a personalidades, nacionais e estrangeiras, com ela relacionadas. Foram filmados locais associados a essa luta, alguns pela primeira vez. Diversos países foram visitados, mas o maior volume de trabalho foi, naturalmente, em Angola. Por outro lado, muito tempo foi dedicado a investigar o material fotográfico, documentos, filmes e jornais, tanto do arquivo da ATD, no Centro de Documentação Tchiweka, como de outros arquivos públicos e privados, no país e no estrangeiro, onde se acabou por descobrir muito material de grande interesse, algum até então desconhecido.

Sobre o Projecto | Associação Tchiweka de Documentação

SESSÃO CURTAS -Trabalho

1 Maio, 12h – 0h , Em Casa no link que aqui disponibilizaremos em breve
Sessão de Curtas, 50 minutos

21h30
conversa online sobre os filmes com José Soeiro, Cleia Almeida e Maria da Paz Lima em esquerda.net , no facebook deste Portal ou do Desobedoc.

Curtas MAYDAY

 3 Curtas MAYDAY , de Regina Guimarães

Portugal, 2010, 5 minutos

Curto e grosso. Breve e cortante. Conciso e inquietante. Assim o estilo da escrita fílmica para uma curta-metragem sem outros meios que não os da imaginação insubordinada – ou insubordinação imaginativa, se preferirem.
A curta-metragem é uma forma que se presta ao trabalho de agit-prop. Instala uma urgência, uma desejo de precisão. Aqueles que julgam que uma curta é um filme menos «a sério» que uma longa devem porventura pensar que um poema é um texto menos profundo e acutilante do que um romance. Mas enganam-se redonda e quadradamente…

Sonho do EstivadorO SONHO DO ESTIVADOR , de Bill Morrison

Portugal/EUA, 2016, 18 minutos

Inspirado na diversificada herança portuguesa da navegação, comércio e descobertas, “The Dockworker’s Dream” leva o espectador numa viagem ao longo do rio, a portos, fábricas, cidades e famílias, e através do grande desconhecido. Vários cais são enquadrados pela solitária estadia de um estivador, quem sabe recordando o seu próprio passado, ou sonhando com o de outrem. Como os caçadores no seu sonho, o filme tenta recuperar imagens antigas e raramente vistas dos recantos da nossa memória colectiva.

Em BrancoEM BRANCO , de Luciano Sazo com  Cleia Almeida, José Neto, Diogo Carmona, Oceana Basílio e João Didelet.

Portugal, 2015, 27 minutos

Paula uma mulher de 30 anos, solteira e sem filhos, conheceu o Alzheimer há oito anos, quando foi diagnosticada a doença ao seu pai. A partir daquele dia, a doença passou a ser a sua companheira diária. Viver com Alzheimer é difícil, mas viver para alguém que sofre a doença pode tornar-se desgastante e muito complicado, por vezes. Paula está num ponto onde quase já nada (pessoal) importa, já perdeu a capacidade de se projetar, sonhar e, hoje, a sua vida é cuidar do seu irmão mais novo e principalmente do seu pai, Armando, um homem viúvo de 58 anos.  Paula hoje vive “Em Branco”.

LESA HUMANITAT de Héctor Faver, Espanha, 2017

Lesa Humanitat

30 abril das 12h às 0h, Em Casa através do link que aqui disponibilizaremos em breve [Sessão de tributo à vida e luta de José Maria “Chato” Galante ]

21h30
conversa sobre o filme com Francisco Louçã, Martí Caussa e Roser Rius (ex-presos políticos do regime franquista) em esquerda.net, no facebook deste Portal ou do Desobedoc

 

109 minutos
Héctor Favre

Dar voz e visibilidade às vitimas do Franquismo, recolher os seus testemunhos, acabar com a indiferença de grande parte da sociedade e restituir o direito à memória e à justiça são os objetivos deste filme documental. Um filme sem fins lucrativos sobre a memória histórica e a justiça universal. 
O que acontece quando os Direitos Humanos são violados sistematicamente e de forma continuada? E se estes crimes contra a humanidade aconteceram num passado recente? E se, ainda por cima, existem leis criadas seio de um regime democrático que amparam a impunidade e inocentam os torturadores? 

O ESPÍRITO DE 45 de Ken Loach, Reino Unido, 2013

O Espírito de 45, Ken Loach

Dia 25, entre as 18h e 23h55, Em Casa (pede acesso através de desobedoc@gmail.com)

Conversa às 21h30 com Fernando Rosas e Miguel Cardina em esquerda.net ou ainda no facebook deste portal ou no facebook do Desobedoc

94 minutos
Ken Loach

Memórias e Reflexões da Vitória do Partido Trabalhista em 1945
“A Segunda Guerra Mundial foi uma luta, talvez a maior e mais considerável luta colectiva em que este país esteve envolvido. Apesar de outros terem feito sacrifícios maiores, o povo da Rússia, por exemplo, a determinação de construir um mundo melhor era tão forte aqui como nos outros países. Nunca mais, acreditava-se, iríamos permitir que a pobreza, o desemprego e o fascismo desfigurasse as nossas vidas.
Ganhámos a guerra juntos, juntos podíamos ganhar a paz. Se conseguíamos planear campanhas militares, não conseguiríamos também construir casas, criar um serviço de saúde e um sistema de transportes, fazer o que era necessário para a reconstrução?
A ideia central era a do bem público, em que a produção e os serviços beneficiariam todos. Não deveriam uns poucos ficar ricos em detrimento de todos os outros. Foi uma ideia nobre, popular e aclamada pela maioria. Foi o Espírito de 45. Talvez seja altura de o relembrar hoje. “ Ken Loach.

O ESPÍRITO DE 45 de Ken Loach TRAILER from Midas Filmes on Vimeo.

The Flickering Flame, de Ken Loach

26 Maio,  21h00, Teatro de Construção [ATC], com Tatiana Moutinho, Raquel Azevedo e Maria Manuel Rola
Reino Unido, 1996,  52′, documentário

Ken Loach

Em 1995, em Liverpool, cerca de 500 estivadores foram despedidos por se recusaram a quebrar a greve por melhores condições de trabalho. A dignidade destes estivadores e das suas mulheres, que resistiram negando-se a ir contra as suas convicções, é um retrato de toda a classe trabalhadora em Inglaterra num momento em que o governo de direita quis retirar direitos conquistados no passado. A câmara eficaz de Ken Loach neste filme, que é um exemplo poderoso de um documentário militante, expõe vários pontos de vista dos diferentes intervenientes nesta luta, incluindo a traição dos dirigentes sindicais aos trabalhadores.

 

Cathy Come Home, de Ken Loach

27 Maio, 17h30,  Teatro de Construção [ATC] com Teresa Martins e Paula Nogueira
Reino Unido, 1966, 75′, ficção

Ken Loach

Este filme foi um marco na história da televisão inglesa. A sua emissão em 16 de novembro de 1966, teve uma audiência de cerca de 12 milhões de espectadores, um quarto da população do Reino Unido. Provocador de uma discussão política pública que obrigou a mudanças de paradigma nos registos televisivos.

O filme conta a história de um casal que vive tranquilo até que uma situação de desemprego muda tudo. A família depara-se com um novo cenário de pobreza, dívidas, necessidade de encontrar espaço para viver e uma incansável luta para manter a família unida.

Vestígios de Adriana Melo + Vida Activa de Susana Nobre

27 Maio, 21h00, Teatro de Construção [ATC] com Adriana Melo e Adriano Campos

VESTÍGIOS,  de Adriana Melo

Portugal, 2015, 30’, documentário experimental

Desenvolvido a partir de fotografias de arquivo guardadas pelos locais de Arouca, Vestígios pretende dar a conhecer este concelho, num contexto atemporal, ao mesmo tempo que é salientada a importância da fotografia como documento. Não existe muita documentação visual sobre Arouca, sendo a memória mantida apenas através da tradição e da oralidade. As imagens antigas, quase esquecidas, são trazidas de novo à vida, revalorizadas num novo contexto. A memória oral e a tradição são também integradas no projeto através do som, que contribui para uma nova visão das imagens. Ao refotografar imagens de arquivo amadoras guardadas pelos locais elogia-se o facto da memória ser mantida viva através da tradição.
Como contraponto, surge o vazio, o esquecimento, a consequência da falta de preservação de um passado quase esquecido. As ruínas das antigas minas de volfrâmio surgem como um aviso para o futuro, relembrando como o passado pode ser esquecido.

Vida ActivaVIDA ACTIVA,  de Susana Nobre
Portugal, 2013, 92′ documentário

Susana Nobre

O programa Novas Oportunidades foi um programa de educação com uma vertente baseada no reconhecimento e certificação escolar das aprendizagens realizadas fora da escola. Nestas sessões homens e mulheres pensam e discursam sobre a sua trajectória de vida, as condições que determinaram a sua existência e a sua dificuldade em existir. Falam da sua formação, da sua experiência profissional, das suas origens, produzindo uma pluralidade de pontos de vistas sobre a escola, a cidade, o campo, a família, o mundo operário e o universo do emprego. 
Partindo das histórias de vida dos protagonistas, o filme desloca‐se para uma abordagem ensaística sobre o trabalho no mundo contemporâneo.

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Dzi Croquettes de Raphael Alvarez e Tatiana Issa

Dzi Croquettes
28 Maio, 15h30, Teatro de Construção [ATC] com António Alves Vieira
Documentário, Brasil, 2009
110 minutos
Raphael Alvarez e Tatiana Issa

Dzi Croquetes recebeu mais de 20 prémios internacionais. Apresentando segmentos de entrevistas apaixonadas com Liza Minnelli, o documentário é o mais premiado da historia Brasileira. Diz Croquetes, um grupo de teatro brasileiro inovador, inspirou a juventude a resistir à censura militar à liberdade de expressão de 1968 durante a violenta ditadura brasileira.
Combinando a dança americana e inovadora de Lennie Dale com a satira política e o nascimento da Bossa Nova, Dzi Croquetes tomaram o Brasil e a Europa numa vaga com o seu talento único, sensualidade hipnotizante, humor e performances explosivas. Entusiasticamente apoiados pela Liza Minnelli, o grupo fez sucesso entre as celebridades com fãs como Catherine Deneuve, Omar Sharif, Mick Jagger, Josephine Baker, Maurice Béart, Andy Warhol, Marisa Berenson entre muitos outros. O documentário foi recentemente interdito na China enquanto no Brasil a presidente Dilma Rousseff atribuiu, inspirada pelo documentário, ao grupo Dzi Croquettes o “Prémio de Mérito Cultural”.

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