Desobedoc 2023

17 filmes, entre curtas e longas. Sessão com produções infantis sobre 25 de abril e árvore dos patafúrdios. Assinala os 50 anos do golpe no Chile, da morte de Amílcar Cabral e ainda do processo das Novas Cartas Portuguesas e das Três Marias. Desenvolve o direito ao cuidado, os direitos das mulheres, o direito à habitação e o direito à autodeterminação, focando no povo Saharaui, última colónia de África. Celebra os 50 anos do 25 de abril com filmes, conversas, exposições. De 28 de abril a 1 de maio, no Cinema Trindade e no Almada Ponto.

A entrada é livre, o espírito insubmisso.

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A sexta terá como pano de fundo as questões feministas, com o filme Les tres portugaises da atriz e realizadora feminista Delphine Seyrig sobre a iniciativa de apoio às Três Marias em França no ano do processo de que foram alvo pela escrita do livro “Novas Cartas Portuguesas”. Segue-se uma curta sobre Purificação Araújo, obstetra antes e depois da ditadura, uma das responsáveis pelo planeamento familiar em Portugal, comentado por Ana Campos e outras. Nesse mesmo dia “Debout, les femmes” filme sobre a questão dos cuidados do deputado da France Insoumise François Ruffin que percorre as condições do trabalho de limpeza, doméstico e de cuidado durante a pandemia. Por fim, Eu Sou, um filme de dois realizadores portugueses sobre a facilidade em que as pessoas caem em situação de pobreza em Portugal.

No sábado, o filme Ocupação S.A. sobre a última Colónia de África, o Sahara Ocidental, com a presença do representante da Frente Polisário em Portugal,Omar Mih, numa conversa com José Manuel Pureza. Discutiremos ainda a situação no Chile e o Golpe de Estado  de 1973 através do filme Salvador Allende, com comentários de Luís Fazenda e, por fim, “Les Mains Invisibles”, sobre os desertores que fugiam de Portugal, da ditadura e da Guerra Colonial nos anos 70.

No Domingo o dia é dedicado à habitação, com curtas sobre a cidade do Porto, do Bairro do Herculano ao Bairro da Bouça e às traseiras da cidade, o Porto que já existiu, que ainda vai mantendo alguma população, mas escondida em várias situações e só descobertas para fazer o brilharete turístico.

Contaremos com a presença de ativistas de Barcelona e da co-guionista Olga Rodriguez para uma conversa sobre o filme “Nas Margens”, estreia do filme de Juan Diego Botto em Portugal 

que conta o impacto que a crise da habitação tem na vida das pessoas. Teremos uma conversa que acompanha o jantar com Olga Rodríguez e os ativistas no Almada Ponto para mais tarde ainda vermos “Porto, Mulheres da Ribeira”, da parte da noite, sobre a condição de habitabilidade das mulheres na Ribeira do Porto em 1970.

No dia do trabalhador, 1 de maio, teremos o já tradicional desobedoquinho, que homenageia o compositor Jorge Constante Pereira através de produções infantis que desenvolveu com tantas pessoas da cidade, conversaremos sobre estes “Bonecos que contam histórias que contam” e que têm uma importante expressão na cidade do Porto. E, quem sabe, uma surpresa antes de seguirmos para a manifestação do dia do Trabalhador.

Terminaremos, na parte da noite com o habitual clássico desta vez comentado por Francisco Louçã e sobre a questão da especulação imobiliária com o filme de 1963 de Francesco Rosi, Mãos sobre a cidade.

Antes disso, e a partir das 17h, teremos a sessão sobre Amílcar Cabral com os filmes “O Regresso de Amílcar Cabral” e “Mined Soil” de Filipa César. E ainda uma sessão sobre as lutas pela independência em Angola com “Independência” e “Mulheres de Luta”, de Fradique e Kamy Lara, respetivamente, comentados por Kitty Furtado.

Estamos a falar de 17 filmes, uma exposição, conversas e momentos de debate sobre temas da atualidade que pretendem celebrar o 25 de abril e continuar a sua concretização. Esta é uma iniciativa organizada pela Cultra com o apoio da transform!, Rosa Lux – Oficina de Madrid e Bloco de Esquerda.

A entrada é livre, o espírito insubmisso.

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